Tsunami Financeiro Mundial |
Um verdadeiro Tsunami está atingindo as finanças de vários países, e não é somente na Europa. Após todos os movimentos financeiros realizados pelas nações mais ricas do planeta, injetando volumosos recursos para “salvar” bancos que – de forma irresponsável e sem nenhuma fiscalização por parte de qualquer entidade – fizeram um grande desastre.
Esse desastre repercute em ondas, que agora transcendem às empresas. A desestabilização econômica dos países causa movimentos diretamente relacionados à situação política. Nessas ondas passam a ser comuns desajustes da sociedade e violências nas manifestações populares. Tenham ou não alguma opinião formada.
Em seu artigo na Revista Exame, “O Mundo no Vermelho“, Tiago Lethbrige revela a “galhofa” contida no bilhete do Secretário do Tesouro Britânico, Davis Laws, recebeu de seu antecessor, Liam Byrne: “Caro secretário, o dinheiro acabou. Boa sorte! Cordialmente, Liam”.
Alguma dose de humor, ainda que no estilo britânico, é importante. Só que a cobrança pública poderá gerar, rapidamente, um aumento de tensão. Talvez, até por isso, o ex-Primeiro Ministro britânico tenha cometido a gafe pública. Uma forma de se livrar desse grande abacaxi! Ainda que a custa de alguma perda de imagem…
Considero que o grande teste da crise na Europa será melhor observado após (ou mesmo durante) o período de verão, quando há grandes ingressos, em todos os países, de turistas com seu dinheiro novo a ser injetado na economia.
Só que as recentes condições ocorridas (especialmente o vulcão da Islândia, e agora essa bobagem de Israel) podem fazer com que os Turistas mudem de ideia quanto ao local em que irão gastar suas economias. Isso poderá agravar a crise.
Um outro fator de crise é a questão ambiental. Na Europa há várias regiões em eminente colapso hídrico. Como fazer turismo em uma região nessa circunstância?
Entretanto há alguma esperança. Ao menos é o que podemos entender das palavras do gestor que aplicou uma gestão de choque para revitalizar a Nissan.
Carlos Ghosn, o brasileiro que recuperou a Nissan e a conduziu na direção de uma bem-sucedida aliança com a Renault, na entrevista à Revista Amanhã: Uma crise para não esquecer, com frases como: "Uma empresa em crise exige mudança rápida e decidida. A melhoria contínua não basta. O líder tem a responsabilidade de definir as prioridades e as ferramentas."
Seu alerta sobre a permanente atenção aos fatos contínuos e, principalmente, a observação de que toda solução gera consequências, que devem ser constantemente avaliadas, pode – se entendida e aplicada – ser uma excelente forma de recuperação e manutenção do equilíbrio e estabilidade de todos.
E que ninguém acredite que esse Tsunami represente apenas “uma marolinha”. É nisso que reside o maior risco…
Antonio Carlos Pedroso de Siqueira – auditor independente, sócio da SIQUEIRA & ASSOCIADOS - Auditores e Consultores, professor de auditoria e controladoria, acadêmico da Academia de Ciências Contábeis do Paraná, Delegado do IBRACON em Curitiba